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OLINDA (Carlos Pena Filho)
Do alto do mosteiro, um frade a v�
A Gilberto Freyre
De limpeza e claridade
� a paisagem defronte.
T�o limpa que se dissolve
Na linha do horizonte.
As paisagens muito claras
N�o s�o paisagens, s�o lentes.
S�o �ris, sol, aguaverde
Ou claridade somente.
Olinda � s� para os olhos
N�o se apalpa, � s� desejo.
Ningu�m diz: � la que eu moro.
Diz somente: � l� que eu vejo.
Tem verd�gua e n�o se sabe,
A n�o ser quando se sai.
N�o porque antes se visse,
Mas porque n�o se v� mais.
As claras paisagens dormem
No olhar, quando em exist�ncia.
Dilu�das, evaporadas,
S� se re�nem na aus�ncia.
Limpeza tal s� imagino
Que possa haver nas vivendas
Das aves, nas �reas altas,
Muito al�m do al�m das lendas.
Os acidentes, na luz,
N�o s�o, existem por ela.
N�o h� nem pontos ao menos,
Nem h� mar, nem c�u, nem velas.
Quando a luz � muito intensa
E quando mais fr�gil �:
Plan�cie, que de t�o plana
Parecesse em p�.
Essa poesia est� impressa na caixa da pinga Carvalheira, que a gente compra nas lojas de Olinda. A poesia � muito bonita e a pinga... s� bebendo pra saber!
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