quarta-feira, junho 16, 2004

TEIA

Sozinho, na madrugada, ap�s um bom papo com você, falando do seu dia, da sua vida....Lembro.... At� parece que est�vamos numa mesa de bar, conversando como bons amigos, tomando uma cerveja... Você � uma mulher maravilhosa. Seus olhos me embebedam mais que a cerveja. Fazem-me viajar por lugares onde nunca estive. Desligo-me deste lugar. De repente não estamos mais aqui. � um lugar estranho, não existe nada, um branco enevoado, silêncio, s� vejo seus olhos que me perseguem. Estou correndo, tento fugir, tento sair dessa rela�ão que me machuca tanto, que me magoa. Seus olhos sempre me perseguem.
Desperto, continuo no bar, você est� rindo mas seus olhos não. Não sei explicar esse seu poder de falar uma coisa mas ao mesmo tempo estar dizendo outra. Creio que isso � uma coisa feminina. Vocês têm essa capacidade que n�s não conseguimos. Quando você diz que est� tudo bem e que tudo não passa de uma brincadeira seus olhos me dizem outra coisa. Não acredito em você, acredito nos seus olhos porque eles não sabem mentir. Eles estão sempre me dizendo o que você realmente quer. Eu sei que não sou eu porque eles j� me disseram isso. Não sei porque estou aqui, porque não consigo sair. Usei um termo hoje. Uma teia de aranha. Quanto mais me debato mais fico preso, quando mais puxo mais o n� se aperta. Quanto mais quero sair mais pr�ximo de você eu permane�o. Não sei quanto tempo vou resistir at� que a aranha chegue e sugue meu interior e se livre do inv�lucro.
(por Alvaro, em outubro/2003)

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