Existem três domingos na minha vida. Os domingos da infância, quando todas as nossas responsabilidades eram comer, brincar e dormir. A diferença entre os outros dias era que domingo eu ia na missa com minha mãe. Família muito católica, não perdia a missa das sete (ou oito, não lembro). A missa, 'naquele tempo' era toda em latim. Ninguém entendia nada, além do padre e, talvez, os coroinhas. Não era bonita igual hoje, com cores, pessoas que se postam ao lado do padre e leem trechos da Bíblia ou outros textos. Podem ser mulheres, coisa impossível de acontecer nas minhas missas de criança.
Eu gostava da missa do Domingo de Ramos. Antes de sair, minha mãe ia na horta e pegava alguns ramos de algumas plantas e levava para a missa. Num certo momento todos erguiam os ramos e o padre os abençoava (demorou muito tempo para eu entender porque se chamava Missa de Ramos).
Quando chegava em casa, dona Conceição tirava o quadro da Santa Ceia, que ficava na parede do quarto (nós não tínhamos sala) e de trás dele pegava um ramo já todo seco e substituía pelo novo. O seco, ela ia no quintal e queimava. Esse era a parte que eu mais gostava. Crianças são todas piromaníacas em potencial!
O resto do domingo era almoço com a família: macarronada ou frango com polenta ou os dois, vinho, guaraná ou soda para a criançada.
Os domingos da adolescência não eram tão bons, mas tinha Jovem Guarda...
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