Cada vez mais o cinema do passado corre o risco de desaparecer. Por quê?
Numa entrevista recente, o diretor Steven Spielberg disse que se arrependeu de alterar cenas de E.T.: O Extraterrestre (1982) para o relançamento do filme em 2002. O incomodavam as cenas nas quais agentes do FBI apontam armas de fogo para crianças. Ele decidiu trocar digitalmente as armas de fogo por rádios, para remover o peso que ele via nas cenas em questão.
Anos depois ele diz se arrepender, argumentando que o filme era um produto de seu tempo, e deveria ser tratado como tal. O diretor ainda expandiu o argumento de que nenhum filme ou livro deveria ser revisado, de maneira voluntária ou forçada, para supostamente agradar o público atual, posicionando-se contra a censura desse tipo.
Mas do que exatamente ele está falando? Muitas vezes, o público desavisado nem percebe essas alterações. Estas mostram mudanças profundas no consumo de filmes e livros, tanto nos âmbitos tecnológico e mercadológico, quanto o cultural.
Spielberg menciona que "...ninguém deve tirar o chocolate da Fantástica Fábrica de Chocolate…". Ele se refere a como edições recentes de livros de Roald Dahl (A Fantástica Fábrica de Chocolates, As Bruxas, Matilda), têm sido revisadas, e em boa medida re-escritas, para "não ofender" e garantir a "relevância". Outro importante autor de literatura infantil, Dr. Seuss, tem sido revisto com a mesma intenção.
Esta é uma infeliz tendência dos "guardiões" da cultura; os editores, produtores e promotores culturais que intermediam a produção dos artistas de fato (vivos ou mortos) e nós, o público. Cada vez mais o olhar do presente, carregado de todas as tendência politicamente corretas e interesses políticos do dia, combinados ao desrespeito e arrogância que os "iluminados" de hoje têm em relação às obras que nos foram legadas, distorcem nosso olhar sobre a produção cultural de ontem e de hoje. Com crescente frequência, suas intervenções se tornam mais profundas e silenciosas. Auxiliados pela tecnologia de hoje, muitas das mudanças podem ser realizadas sem que o grande público possa se opor ou se quer perceber. Mas como?
Esta matéria é muito interessante e você pode ler na íntegra neste endereço:
https://www.brasilparalelo.com.br/noticias/julgando-o-cinema-do-passado?src=995b0fa81bf5463e801af6aaa01efd1d&gclid=CjwKCAjwvpCkBhB4EiwAujULMnRYeHSgsKhNbOJcz6pa9ZtaBPewoqa8IpoVrpI4rOT709SKeZirZhoCPz4QAvD_BwE
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