domingo, julho 20, 2008



Dercy Gonçalves

Impossível não falar na Dercy. Eu cresci vendo a em programas de televisão. Sempre irreverente, desbocada, mas muito, muito engraçada. Como, acredito, todos os brasileiros estão hoje, também estou triste. Impossível não gostar da Dercy!

Abaixo uma crônica de Ruy Castro que foi publicada na Folha, em junho, por ocasião de seu aniversário.

SÁBIA DERCY
Ruy Castro

Dercy Gonçalves, que está completando 102 anos em 100 (sua família, em Santa Maria Madalena, RJ, levou dois anos para registrá-la), é hoje a mulher mais lúcida do Brasil. No ano de seu nascimento, 1905, o presidente da República era Rodrigues Alves. Seguiram-se 24 presidentes, três golpes de Estado, duas longas ditaduras, um suicídio, uma vacância por morte e um impeachment. Mas Dercy continua firme.

Quando ela nasceu, Machado de Assis estava vivo e ativo. E Olavo Bilac, João do Rio e Lima Barreto. O samba ainda não existia, assim como a marchinha de Carnaval e o jazz. A televisão, nem em sonho, nem mesmo o rádio - o cinema, sim, mas Hollywood, não. E Mario Reis (1907), Carmen Miranda (1909) e Noel Rosa (1910) também ainda não eram nascidos. Pode crer.

Para não ir longe: Dercy nasceu um ano antes que Santos Dumont voasse em Paris com o 14-Bis. O austro-húngaro Franz Lehar levaria dois anos para compor A Viúva Alegre. Automóveis, gramofones e máquinas de escrever eram novidade e as mulheres ainda se espremiam em espartilhos. Tico-Tico, a revista, acabara de surgir - Eu Sei Tudo, Fon-Fon e Kósmos, ainda não.

Dercy nasceu muito antes da Primeira Guerra (1914-18), da Revolução Russa (1917) e da Gripe Espanhola (1918). Aliás, quando tudo isso aconteceu, ela já tinha idade para ler a respeito nos jornais. E, mais que adulta, foi contemporânea do massacre dos 18 do Forte de Copacabana (1922), da morte de Rodolfo Valentino (1926), do surgimento do cinema falado (1927), da inauguração do Cristo no Corcovado (1931). E tome polca.

Dercy viu tudo e continua entre nós, mais sábia do que muitos. Não espera ou pede nada, e não acredita em ninguém, só nela. E, se a chatearem, ela manda para aquele lugar.

sexta-feira, julho 18, 2008



Homem da Caverna

Enquanto aguardava ser chamado para minha sessão de fisioterapia (ainda estou fazendo), peguei uma revista para ler. Vocês sabem, revista de sala de espera nunca é nova. Essa era de Abril. Revista Morar, da Folha de São Paulo. Essa revista traz idéias de reformas, construções, meio ambiente e tudo o que se relaciona a morar. Detive-me na última página onde uma crônica me chamou a atenção. Homem da Caverna. Vou transcrever aqui esse texto para vocês sentirem porque me interessei. Pena morar em um apartamento onde cada um já tem o seu espaço (menos eu, é claro!), mas ainda vou dar um jeito, afinal minha coleção de corujas, meus dois trens elétricos e minhas naves de Star War e Star Trek não merecem ficar encaixotadas num lugar qualquer!

A autora do texto, Lúcia Carvalho, é dona do blog Frankamente, que vale a pena ser visitado.

Homem da caverna
por Lúcia Carvalho

Uma amiga voltou dos Estados Unidos e me contou: o mercado imobiliário americano lançou uma supernovidade. Trata-se de "man cave", ou a caverna do homem, espaço exclusivo para os homens dentro de casa.

- Hã? Os homens americanos estão voltando para as cavernas? -, perguntei a minha amiga, confusa.

- Lúcia, preste atenção, algumas casas modernas agora têm um espaço, que geralmente fica no porão, onde os homens fazem o que querem e colocam tudo de que gostam: coleção de tacos de golfe, de figurinhas de beisebol ou tampinhas de garrafa, TV de 60 mil polegadas, guitarra, aparelhos de ginástica, aquela poltrona cafona mas superconfortável. Um lugar onde só ele entra. Uma ultra, plus, megacaverna moderna.

- Nossa! E isso vende?

- Minha irmã trocou de casa no ano passado. Depois de visitar várias, ela e meu cunhado escolheram a que tinha a melhor "man cave" -, explicou.

Fui correndo contar a meu marido, que é arquiteto como eu.

- Já ouviu falar disso? "Man cave"?

- Nunca, mas adorei -, ele respondeu com os olhos brilhando -, e quero ter uma "caverna" dessas para mim. Como não pensei nisso antes?

Ri e fiquei pensando de onde vem a necessidade de o homem se recolher em um cantinho, como se o restante da casa não lhe pertencesse. Meu marido, incentivado pela idéia, ficou horas argumentando que precisa desse espaço.

- Qual lugar aqui é só meu? Tenho apenas a frente da churrasqueira e olhe lá -, ele disse, indignado com a descoberta. A bancada da pia do nosso banheiro é toda entulhada com seus cremes, a sala é dos nossos filhos adolescentes, o quintal é uma quadra poliesportiva. Até a empregada tem um quarto e um banheiro só dela. Estou mais mal-alojado que o cachorro.

- A gente não tem cachorro! - lembrei. Aliás, você nem tem coleção, por que precisaria de uma "caverna"?

- Como não? E minhas ferramentas? E meu micro que todo mundo usa como se fosse lan house? E se quiser montar um avião de brinquedo, ou escrever um livro?

Como moramos em uma casa, ele teve uma idéia: iria fazer a "caverna" dentro do telhado, como se fosse um sótão. Passou a fazer planos mirabolantes e a sonhar com tudo o que colocaria lá em cima. O mercado é esperto, concluí, porque pesca direitinho as necessidades das pessoas.

Mas, pensando bem, nos novos espaços não existe mesmo um lugar para o "chefe da família". A idéia de uma "caverna" agrega muita fantasia: um local só dele, o homem, o provedor. Um local cheio de segredos, exclusivo. Antigamente, algumas casas tinham escritórios, mas esses espaços perderam terreno para "home theaters" e "familys rooms". E com essa coisa de decorador para tudo -hoje se decora até cozinha e banheiro-, acabamos definindo os espaços como mandam as regras e abolimos a possibilidade de o dono da casa ter suas coisas colocadas de seu modo em um canto.

Pensei bem e concordei. Homens precisam mesmo de cavernas. Mas, nos edifícios residenciais cheios de suítes, onde elas se encaixariam? Em uma das vagas de garagem no subsolo? Na adega? No quarto de empregada? Nossa, se a moda pega, os arquitetos vão pular miudinho.

Suspirei fundo. Percebi que existe uma lógica masculina nesse entendimento que não vale a pena questionar. A arquitetura está aí para resolver problemas e atender às necessidades. Tudo bem, homens de hoje precisam de "cavernas". Quem sou eu para mexer com a masculinidade deles?

Revista Morar
(Folha de São Paulo)
29/04/2008

quinta-feira, julho 10, 2008

Nossos comerciais, por favor! (*)

Sempre gostei muito de assistir os comerciais da TV. Tem certas emissoras que o intervalo comercial é a melhor parte da programação. Gosto tanto que acabei me formando publicitário, embora jamais tenha exercido a profissão. Hobby!
Um bom comercial dá prazer em assistir. Acho que todos concordam comigo. Vou postar aqui tres comerciais. Um novo e dois antigos que ficaram na memória.

O novo é o comercial da Natura que começou a ser veiculado estes dias.



Eis o texto e os créditos:

Rotina...

A idéia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem a sua beleza.

Ficha Técnica (filme):

Título: Rotina
Duração: 45” e 30”
Cliente: Natura Cosméticos S.A
Produto: Todo Dia
Agência: Taterka
Diretor de atendimento: Eduardo Simon
Atendimento: Alessandra de Albuquerque
Aprovado por: Eduardo Costa, Erik Galardi
Direção de Criação: Dorian Taterka / Marcelo Lucato
Criação: Paulo Leite, Rodrigo Vezzá, Daniel Mattos e Sigueru Hashimoto
RTV: Patrícia Gaglioni
Produtora: Bossa Nova Films
Diretor: Willi Biondani
Diretor de Fotografia: Walter Carvalho
Diretor executivo: Mércia Lima
Montagem: Wilson Fernandes
Finalização: Nimitz
Trilha Sonora: Banda Sonora

Fonte(s):
http://www.ccsp.com.br/ultimas/noticia.p...


Este é da Revista Época, no seu lançamento. A Semana. Muito bom também e, não sei porque, circulou muito pouco.




Finalmente (antes que alguém deslige o pc!) o comercial do Pão de Açucar, O que faz você feliz, que foi veiculado em 2007.



(*)Era assim que Flávio Cavalcante anunciava o intervalo comercial em seu programa.

sábado, julho 05, 2008

E S POSTHUMUS

Visitando o blog da Jady, Between us, notei que ela citou a banda ES Posthumus. Confesso que foi surpresa, pq achei que só eu os conhecia. Acho que nunca encontrei alguém que ouve esses caras, que eu gosto muito. Deixo aqui um clip da série Cold Case, que durante os créditos tem de fundo a música Nara, da banda citada.

sexta-feira, julho 04, 2008

OPS!! Tá chovendo helicóptero na minha rua...



SÃO PAULO - Pelo segundo dia consecutivo, a capital paulista registrou problemas com helicópteros. Nesta quinta-feira, um helicóptero teve que fazer um pouso forçado dentro do Cemitério São Paulo, localizado entre as ruas Henrique Schaumann e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, na zona oeste da capital. Nenhuma pessoa ficou ferida.
(Globoonline)

terça-feira, julho 01, 2008



Publicado na coluna "Sapo n'agua" do Jornal Cruzeiro do Sul - Sorocaba

Aumenta o rigor contra quem dirige carro após beber.

E dirigir o país pode???