quinta-feira, junho 29, 2023

A Barata

"Jamais esmaguei uma barata com chinelo. Pego um spray de inseticida e jogo nela. Ela morre afogada..." Li isso em algumas páginas do Facebook. Parece que pouca gente gosta de esmagar uma barata, o que não é uma coisa muito agradável, para o dono do chinelo e para a "blattaria ou cascuda ou coleoptera ou barata mesmo". Vamos falar um pouco desse inseto que, dizem, herdarão a Terra! Dizem que sobrevive a uma bomba atômica; que vive sete dias sem cabeça (1) (literalmente). Por que as pessoas tem tanto medo, algumas tem pavor? 

Veja: a barata não morde; não vem cantar no seu ouvido quando você está dormindo; não chupa seu sangue. A barata só existe e anda a procura de comida para sua sobrevivência. Quando você vê uma barata no seu caminho ela também o vê e corre, cada um no sentido contrário a sua presença (ela não corre nem ao seu lado!). 

Algumas voam, mas borboleta também voa e você acha lindo. Teve um tempo que as crianças pegavam as borboletas, cravavam (uiii) um alfinete nas suas costas e punham num quadro. Por que não fazer o mesmo com a barata, já que borboletas estão ficando raras, pelo menos nas grandes cidades. Pode fazer um quadro com uma barata de cada cor. Sim, tem coloridas. Em geral são pardas, marrom ou negras, mas existe nas zonas tropicais as marrom avermelhadas, as verdes e as amarelas.

Você tem medo de barata?

(1) Uma curiosidade é que podem viver uma semana sem beber água, até um mês sem comer e também semanas sem a cabeça. (Wkpedia)




quarta-feira, junho 28, 2023

Volta Meg: CINEMA - Filmes imperdíveis

Volta Meg: CINEMA - Filmes imperdíveis:

OS BANSHEES DE INISHERIN 2022 1h 54m

Pádraic e Colm são melhores amigos de longa data e vivem numa ilha remota na costa oeste da Irlanda. Num dia que parecia ser como qualquer outro, Colm decide colocar um ponto final da amizade. E as severas consequências vêm.

Crítica
Pensemos nas pessoas como se elas fossem castelos. Geralmente não conseguimos enxergar as fundações até boa parte da estrutura externa ser comprometida. Pádraic Súilleabháin (Colin Farrell) provavelmente nunca ponderou a respeito do que o mantinha relativamente feliz, em meio à vivência entediante na fictícia ilha irlandesa de Inisherin. Será que alguma vez esse sujeito considerou sobre a real importância da amizade de Colm (Brendan Gleeson) para ele suportar a rotina nesse espaço estagnado? Além disso, o quão Pádraic torce em segredo para que as novidades do mundo, incluindo as guerras, não alterem seu cotidiano semelhante a um rio de correntezas previsíveis? Em Os Banshees de Inisherin uma crise repentina sugere essas reflexões que, por sua vez, descambam em conflitos. Colm diz que não deseja se relacionar com Pádraic. Este, por sua vez, experimenta estágios que começam na perplexidade, passam pela obsessão e chegam ao ódio decorrente da frustração. Aparentemente, o cineasta Martin McDonagh (que também assina o roteiro) fará algo no estilo Bartleby, personagem do Bartleby: O Escrivão, livro de Herman Melville, um burocrata que se recusa a fazer certas tarefas e com isso deixa um rastro enorme de desconforto (até por não justificar a decisão). No entanto, McDonagh recua diante da possibilidade de manter a dúvida, logo colocando na boca dos personagens porquês e senões.

Martin McDonagh desenha uma atmosfera lúgubre para fazer de Os Banshees de Inisherin uma balada triste sobre as relações chacoalhadas pelo medo da morte (ou da mudança). Os personagens transitam por um espaço rural repleto de animais, sem benesses da modernidade. As roupas são tão rústicas quanto as casas e a harmonia resulta de uma resignação coletiva. Tudo funciona diariamente do mesmo jeito. A menor alteração de rota causa alvoroço. É como se essa sociedade intuísse que sua sobrevivência depende da manutenção da inércia. O dono do boteco fica perplexo com a chegada de Pádraic sem Colm. Logo depois, outro vizinho demonstra o estranhamento (utilizando exatamente as mesmas palavras para externar seu espanto). Ao longe, a Guerra Civil da Irlanda anuncia um mundo diferente, a modernidade em guerra, a realidade em que os conflitos são abrangentes. Porém, guardadas as devidas proporções, seriam eles tão mais violentos do que um pai agredindo um filho? O filme não se abre à compreensão profunda do ambiente, tratando-o como pano de fundo dos eventos gerados pelo rompimento de uma amizade. É uma pena que as engrenagens tradicionais desse vilarejo não ganhem o devido destaque (e estudo) como responsáveis pela angústia insinuada pelos ventos dos novos e sinistros tempos. Ao horror do novo, o realizador prefere observar a angústia do desprevenido.
(...)

Fonte e crítica de Marcelo Müller completa aqui
https://www.papodecinema.com.br/filmes/os-banshees-de-inisherin/


sexta-feira, junho 16, 2023

CINEMA - Filmes imperdíveis

Independence Day 1996 2h25m - Dirigido por Roland Emmerich 

Alienígenas estão em processo de invasão para destruir a Terra. Eles têm melhores armas, tecnologias bem mais avançadas, mas serão páreo para os corajosos pilotos e estrategistas humanos escolhidos para os combater?

Se você se incomoda com aqueles filmes em que os Estados Unidos e seus militares salvam a Terra, dê meia volta. Se não suporta clichês, escolha outra opção. Se furos de roteiro são o seu fraco, nem sequer leia o resto desta crítica. Porque, apesar de ter tudo isso no seu pacote, Independence Day é um exemplar de blockbuster que funciona no seu objetivo mais primordial: divertir.

Quando uma nave gigantesca se aproxima da Terra – aparentemente sem causar nenhum distúrbio na gravidade do nosso planeta – o mundo inteiro entra em polvorosa e começamos a acompanhar várias histórias que culminarão em uma só, reflexo do discurso do personagem de Bill Pullman – que sozinho poderia protagonizar alguma comédia intitulada como Um Presidente Muito Louco – que diz que todos estamos unidos no objetivo comum de sobreviver. Ok. David (Jeff Goldblum) é o cara esperto e paranoico que descobre o sinal de ataque dos alienígenas, que espalharam naves menores sobre as maiores cidades do planeta. Tentando avisar o presidente norte-americano, ele acaba se juntando à comitiva que mais tarde irá integrar o piloto Steve (Will Smith), e, juntos, vão descobrir um modo de derrotar os invasores e... Ah, você sabe.
Não pergunte como, mas apesar de o governo dos Estados Unidos se comunicar com outras nações através de código Morse, a televisão continua transmitindo tranquilamente o noticiário com informações marotas para o espectador – vulgo, nós – e isso mesmo depois dos ataques. Não adianta o espectador ficar se questionando a respeito de como David conseguiu, em menos de seis horas, buscar seu pai, sair do centro de Nova York mais rápido do que toda a multidão e, com toda esta tranqueira, ainda chegar em Washington, a cerca de 330 quilômetros de distância; E por que se preocupar com o fato de os alienígenas, vindos além do sistema solar, contarem o tempo nas mesmas medidas que nós? Afinal, quem se importa? Esqueçam isso, afinal, estamos de volta a 1996, uma época em que os personagens usam celulares do tamanho de um abacate, enquanto que os aliens tem touchscreen. Não é muito maneiro?

Fonte e crítica completa aqui:
https://www.papodecinema.com.br/filmes/independence-day/


sábado, junho 10, 2023

Cada vez mais o cinema do passado corre o risco de desaparecer. Por quê?

Numa entrevista recente, o diretor Steven Spielberg disse que se arrependeu de alterar cenas de E.T.: O Extraterrestre (1982) para o relançamento do filme em 2002. O incomodavam as cenas nas quais agentes do FBI apontam armas de fogo para crianças. Ele decidiu trocar digitalmente as armas de fogo por rádios, para remover o peso que ele via nas cenas em questão. 

Anos depois ele diz se arrepender, argumentando que o filme era um produto de seu tempo, e deveria ser tratado como tal. O diretor ainda expandiu o argumento de que nenhum filme ou livro deveria ser revisado, de maneira voluntária ou forçada, para supostamente agradar o público atual, posicionando-se contra a censura desse tipo.

Mas do que exatamente ele está falando? Muitas vezes, o público desavisado nem percebe essas alterações. Estas mostram mudanças profundas no consumo de filmes e livros, tanto nos âmbitos tecnológico e mercadológico, quanto o cultural.

Spielberg menciona que "...ninguém deve tirar o chocolate da Fantástica Fábrica de Chocolate…". Ele se refere a como edições recentes de livros de Roald Dahl (A Fantástica Fábrica de Chocolates, As Bruxas, Matilda), têm sido revisadas, e em boa medida re-escritas, para "não ofender" e garantir a "relevância". Outro importante autor de literatura infantil, Dr. Seuss, tem sido revisto com a mesma intenção.

Esta é uma infeliz tendência dos "guardiões" da cultura; os editores, produtores e promotores culturais que intermediam a produção dos artistas de fato (vivos ou mortos) e nós, o público. Cada vez mais o olhar do presente, carregado de todas as tendência politicamente corretas e interesses políticos do dia, combinados ao desrespeito e arrogância que os "iluminados" de hoje têm em relação às obras que nos foram legadas, distorcem nosso olhar sobre a produção cultural de ontem e de hoje. Com crescente frequência, suas intervenções se tornam mais profundas e silenciosas. Auxiliados pela tecnologia de hoje, muitas das mudanças podem ser realizadas sem que o grande público possa se opor ou se quer perceber. Mas como?


Esta matéria é muito interessante e você pode ler na íntegra neste endereço:

https://www.brasilparalelo.com.br/noticias/julgando-o-cinema-do-passado?src=995b0fa81bf5463e801af6aaa01efd1d&gclid=CjwKCAjwvpCkBhB4EiwAujULMnRYeHSgsKhNbOJcz6pa9ZtaBPewoqa8IpoVrpI4rOT709SKeZirZhoCPz4QAvD_BwE