quinta-feira, julho 30, 2015

COVERDALE & PAGE


Muitos falam que é Led Zeppelin mas...Isso não é Led Zeppelin! Foi um álbum de David Coverdale, do Whitesnack, e Jimmy Page.
Sem o Robert Plant e Page juntos, jamais poderia ser Led Zeppelin.  Entretanto o álbum é bom. A voz do Coverdale é parecida com a do Plant.

Robbert Plant também fez um voo solo numa banda chamada The Honeydrippers nos anos 80.
O Led acabou em 1980. Eu lembro pois era a minha banda favorita (Floyd era 'hors concours'). Plant e Page sempre andaram juntos em outros projetos, gravaram e regravaram muitas coisas do Led.
(by Sandra Maura)

Menina que passa

Esta letra foi feita por Vinicius de Moraes

Menina que passa

Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar

Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar

Mas Tom e Vinicius não gostaram e mais tarde transformaram nesta:


(HISTÓRIA DE CANÇÕES - Tom Jobim - Wagner Homem & Luiz Roberto Oliveira - LeYa)

quarta-feira, julho 29, 2015

Menescal e Bôscoli



Menescal e Bôscoli nem desconfiavam de que haviam sido feitos um para o outro quando se conheceram, em 1956, numa das rodas de violão de outro veterano, o compositor Breno Ferreira, na Gávea. Breno era o autor de "Andorinha preta", uma toada do remotíssimo ano de 1925 e que também seria gravada por Nat "King" Cole.
(...)
Aquela noite, na casa de Breno, depois de ouvir andorinhas pretas suficientes para vários verões, Menescal passou por uma porta e saiu numa varanda onde os integrantes da roda eram bem mais jovens e o repertório também. Um dos rapazes estava cantando coisas como "Duas Contas", "Nick Bar", "Uma Loura" - enfim, os dick-farneys. Menescal ficou sabendo que o rapaz era um reporter da Última Hora, chamado Bôscoli. Devia ser ótimo jornalista, para cantar mal daquele jeito. Os dois conversaram e descobriram que, além de uma paixão em comum pelo mar, também pensavam igual sobre o estado das coisas da música popular. Achavam pavoroso.
Ambos cultivavam a maior antipatia por aquele tipo de letra penumbrosa que era o forte da época, como a de um samba-canção chamado "Bar da noite", que dizia "Garçom, apague esta luz/que eu quero ficar sozinho". Em outra música, um bolero chamado "Suicídio", o cantor simplesmente dava um tiro na gravação. Não tinham paciência nem para Antonio Maria, admiradíssimo pelos quarentões por ter escrito "Ninguém me ama/ninguém me quer/Ninguém me chama/De meu amor" e "Se eu morresse amanhã de manhã/Minha falta ninguém sentiria". Na flor do tesão, fazendo esporte e vendendo saúde, os dois moleques de praia achavam impossível identificar-se com o clima pesado daqueles sambas-canção, cheios de mulheres perversas, que traíam os homens e os levavam à morte.

Fonte: Chega de Saudade - Ruy Castro - Companhia das Letras

Nara leão - O Barquinho de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli


terça-feira, julho 28, 2015

1º de Abril

Enquanto, para alguns, o mundo pegava fogo em 1964, para outros o ambiente continuava de paz e passarinhos. A cantora Wanda Sá, dezenove anos, Roberto Menescal e seus músicos e o engenheiro de som Umberto Contardi chegaram ao estúdio aquele dia na hora certa. Iam gravar "Inútil Paisagem", de Tom e Aloysio de Oliveira, a última faixa do disco de estréia de Wanda, Vagamente, para a RGE. O estúdio estava fechado e vazio, embora fosse uma quarta-feira comum. Mas Contardi tinha a chave e entraram. Só faltavam agora os músicos responsáveis pelas cordas. Horas se passaram e ninguém chegava. Estranharam aquilo - violinistas são homens sérios, quase sempre de meia-idade, cumpridores de horários. Wanda e Menescal desistiram de esperar e gravaram com o que tinham. Na saída, de volta para a Zona Sul, notaram movimentos estranhos no Campo de Santana e uma agitação na Central do Brasil. Quando passaram pelo Flamengo, viram a UNE sendo incendiada. Os músicos haviam faltado porque a CGT decretara greve geral e os transportes desapareceram. Aquele dia era 1º de Abril de 1964 e eles não tinham a menor idéia do que estava acontecendo.
(Chega de Saudade - Ruy Castro - Companhia das Letras)